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Novo “cartão BNDES” disponibilizará recurso no mesmo dia

Produto 100% digital deverá ser lançado em agosto e tem previsão de se tornar meio de pagamento até 2025

Alex de Souza, Agência Indusnet Fiesp

Representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) participaram de reunião conjunta do Conselho da Micro, Pequena, Média Indústria (Compi) e do Departamento da Micro, Pequena, Média Indústria e Acelera (DempiAcelera) da Fiesp, na segunda-feira (24/5), para apresentar a modelagem do novo cartão BNDES.

O chefe da equipe responsável pelo novo produto, Caio Araújo, explicou que na verdade não será um cartão, mas a digitalização do produto já existente. “Estamos chamando de BNDES Crédito Digital, para não ser confundido com o cartão físico”, disse.

A ideia é reformular o produto atual e torná-lo mais moderno e acessível, especialmente para o micro e o pequeno empresário, público-alvo do novo produto. Haverá crédito pré-aprovado e rotativo para atender as necessidades do dia a dia, com 60 meses para pagar, até 12 meses de carência.

Atualmente, o cartão leva até 70 dias para ser emitido fisicamente. A versão digital promete mais agilidade, com o recurso disponibilizado em conta no mesmo dia, e o menor spread do mercado. “Terá uma taxa ainda menor que a do próprio cartão”, disse Araújo.

O produto vem ao encontro do anseio das empresas, de acordo com pesquisa recente elaborada pela Fiesp, e apresentada na reunião pelo superintendente do DempiAcelera e do Departamento de Economia, Competitividade e Tecnologia (Decomtec) da entidade, Renato Corona.

O levantamento aponta que as empresas demandam mais rapidez na análise e contratação de financiamento, taxa de juros compatível com a capacidade de pagamento do negócio e desburocratização do processo. Limites pré-aprovados e capacidade de financiar quase todo o investimento também são outras facilidades apontadas pelas empresas sondadas.

O novo produto do BNDES deverá ter o suporte do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), podendo ser utilizado para complementar garantia de operações e aumentar as possibilidades de acesso, o que vai melhorar as condições do crédito. “A ideia é utilizar para aquisição de bens e serviços e ter a liberação dos recursos diretamente a fornecedores”, pontuou Araújo.

O superintendente da área de Canais e Operações Indireta do BNDES, Marcelo Porteiro, entende que será um produto simplificado que atendará as necessidades do cliente. “A ideia é lançar em agosto a Fase 1 do produto, que é de crédito digital. A Fase 2, com o FGI já acoplado ao novo cartão, até o final do ano. Depois, queremos na Fase 3 tornar o BNDES Crédito Digital em um meio de pagamento, mas essa etapa está prevista para 2025”, disse Porteiro. As operações de crédito para micro, pequenas e médias empresas tiveram aumento de 52,2% no primeiro trimestre de 2024, somando R$ 13,2 bilhões em financiamentos.

A reunião ainda contou com a presença do presidente do Compi, Sylvio Gomide, e do diretor titular adjunto do DempiAcelera, Ciro Bueno, com o chefe de Departamento de Canais e Operações Indireta do BNDES, Tiago Peroba, que apresentou exemplos do Mais Inovação – Subprograma Difusão Tecnológica do banco público, e da gerente de Políticas Públicas do Meta, Margareth Kang, que destacou os impactos da Inteligência Artificial nos negócios.