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Ajuda deve continuar, afirma Germano Rigotto em relação ao RS

Mais de 430 mil pessoas continuam fora de casa. Para o ex-governador, é necessário agir rapidamente para evitar o agravamento da crise social

Alex de Souza, Agência Indusnet Fiesp

A questão habitacional é um dos maiores problemas do Rio Grande do Sul no momento, de acordo com ex-governador do estado, Germano Rigotto, que participou na segunda-feira (17/6) da reunião do Conselho Superior de Estudos Nacionais e Política (Cosenp) da Fiesp, dirigida pelo seu presidente, Michel Temer.

“A solução precisa ser rápida. Não adianta ter projeto de habitação para daqui a um ano, pois as pessoas estão desabrigadas hoje”, alertou Rigotto. “Elas estão dentro de abrigos que não têm as condições necessárias para ficar mais de um mês”. Ele participou remotamente da reunião, devido às fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul durante o fim de semana e causaram o cancelamento de todos os voos, impedindo o ex-governador de viajar para São Paulo.

“Outro grande problema é ter o aeroporto Salgado Filho fechado por tempo indeterminado”, destacou. A concessionária responsável pelo aeroporto calcula em R$ 360 milhões o valor para a recuperação da estrutura, com reabertura para dezembro. Para que isso ocorra, porém, é necessário comprovar que o local tem condições para voltar a operar. Enquanto isso, voos emergenciais estão sendo operados pela base aérea de Canoas.

Entre outros desafios elencados por Rigotto estão os relacionados às áreas de saúde, educação e infraestrutura. Com 95% das cidades atingidas, ele diz que ser imperativo receber ajuda do governo federal. “O Rio Grande do Sul tem recursos limitados para os investimentos necessários à reconstrução. E todos os programas anunciados precisam de agilidade e desburocratização, para que os recursos cheguem aos setores que mais necessitam”, avaliou.

Para ele, o processo de reconstrução será longo e não pode ser esquecido após um primeiro momento de comoção nacional.  “Precisamos de muito mais atenção do que tivermos até aqui, e de esforço coordenado da União, com o estado, municípios e a iniciativa privada, para que possamos enfrentar esse processo de reconstrução”.

O Rio Grande do Sul é responsável por 6% do PIB nacional e a tragédia deverá impactar o resultado do país. Mais do que recuperar a economia, o ex-governador entende que existe o aspecto social, e afirma que se nada for feito rapidamente haverá o agravamento da crise social. “Pessoas que perderam tudo e que precisam de ajuda para retomar suas vidas”, frisou, após pedir mais investimentos em prevenção de eventos climáticos extremos.

Ele finalizou destacando a corrente de solidariedade do povo brasileiro. “Nunca vi algo semelhante, com a ajuda recebida de várias formas. Foi de cair cisco no olho”, resumiu Rigotto.